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Europa deve ter agenda de segurança mais focada no Mediterrâneo

O ministro da Defesa considerou hoje "determinante" que a União Europeia tenha uma política de segurança marítima "mais consistente e focalizada" no mediterrâneo, pelo que Portugal vai defender isso mesmo, juntamente com Espanha, no próximo Conselho Europeu.

Europa deve ter agenda de segurança mais focada no Mediterrâneo
Notícias ao Minuto

17:59 - 16/06/15 por Lusa

Mundo Aguiar-Branco

"Agora vemos que a ameaça a Sul é também prioritária. Nós temos trabalhado no seio da NATO (Organização do Tratado Atlântico Norte, OTAN na sigla em inglês), no sentido de que todas as medidas de prontidão tenham também capacidade de resposta para as ameaças que venham do Sul - isso foi reconhecido e aceite nas conclusões da própria cimeira de Gales. Na União Europeia há consciência de que, na estratégia de segurança marítima, a fronteira Sul é prioritária", declarou José Pedro Aguiar-Branco à agência Lusa em Madrid.

O ministro da Defesa, que na capital espanhola participou num seminário sobre cooperação entre Portugal e Espanha em matéria de defesa e segurança, acrescentou que os dois países já alertaram o Conselho Europeu para a necessidade de reforçar essa política num 'non-paper' (um documento oficial, mas que em termos diplomáticos tem a hierarquia mais baixa).

"O 'non-paper' que Portugal fez com a Espanha para o Conselho Europeu tem como tema principal essa visão da segurança marítima a nível europeu, que é uma realidade estratégica determinante. [...] Uma estratégia de segurança marítima europeia mais consistente e focalizada a sul é determinante e o 'non-paper' visa reforçar precisamente essa visão", disse Aguiar-Branco.

O ministro confirmou ainda que a prioridade de Portugal e Espanha no Conselho Europeu de 25 e 26 de junho - centrado nas questões de segurança - será precisamente a de focalizar a atenção dos Estados-membros para a segurança na fronteira Sul (Mediterrâneo).

Sobre se os países do norte da Europa estão mais preocupados com a situação da fronteira leste, nomeadamente na Ucrânia, do que com a Vizinhança Sul (migrações no Mediterrâneo), o ministro português desvalorizou, respondendo que ambas são consideradas "prioritárias".

"As ameaças a Leste e a Sul são consideradas prioritárias. Nós compreendemos e temos missões de portugueses - não propriamente no âmbito da União Europeia, mas no âmbito da Nato - fazemos parte das missões de vigilância do espaço aéreo na zona do Báltico e também temos uma força no terreno na Lituânia. Isso significa que entendemos a proteção e a vigilância nas fronteiras a Leste, no espírito da Cimeira [da NATO] de Gales, em igualdade de prioridades com o flanco Sul", disse Aguiar-Branco.

No entanto, o ministro recordou que "essa foi a primeira ameaça, a prioritária há uns anos atrás" e que agora chegou o momento de dar o mesmo peso à fronteira Sul.

Já antes, no seminário "Relançar a cooperação hispano-portuguesa em Segurança e Defesa", organizado pelo Real Instituto Elcano e pelo European Council on Foreign Relations, o ministro da Defesa espanhol, Pedro Morenés, lamentou que "a Europa não consiga encontrar o caminho rumo a uma política de Defesa e Segurança comum".

Morenés falou em "desequilíbrios" tornam a Europa "mais débil" face à ameaça do terrorismo.

A verdadeira ameaça, recordou Morenés, chama-se terrorismo internacional, numa referência ao autodenominado Estado Islâmico, e sublinhou que Portugal e Espanha, unidos, podem ganhar "peso" político na Europa relativamente a estas questões.

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